sábado, 25 de setembro de 2010

A jornal, FHC diz que oposição 'errou ao mistificar Lula'

Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso critica a oposição por "mistificar" o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e admite que a candidata oficial, Dilma Rousseff, é a mais provável vencedora das eleições presidenciais do dia 3 de outubro.

Em artigo de página inteira publicada na edição deste sábado do diário financeiro, FHC diz, entretanto, que "Lula não é nenhum revolucionário".

"É um Lech Walesa que deu certo", afirma, referindo-se ao sindicalista que presidiu a Polônia comunista durante a transição para o capitalismo, terminando seu governo com popularidade em baixa. "Eu fiz as reformas. Ele surfa na onda", disse FHC.

O artigo é parte da seção "Um almoço com o FT". O correspondente narra o encontro que teve com FHC a três semanas das eleições no restaurante Carlota, em Higienópolis, bairro onde vive o sociólogo.

Para o jornal, "embora tanto o mundo quanto o Brasil tenham se apaixonado por seu sucessor, o presidente Lula, Cardoso é o homem amplamente creditado, pelo menos no exterior, com o estabelecimento dos fundamentos do boom" que marcou os últimos anos da economia brasileira.

FHC, ministro da Fazenda durante o plano real, que pôs fim a décadas de hiperinflação no Brasil em meados dos anos 1990, é descrito pelo FT como o responsável por colocar o "B" na sigla Bric - cunhada pelo Banco Goldman Sachs em 2001 e hoje uma espécie de marca para se referir às principais potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China).

Ao jornal britânico, FHC disse que conseguiu "fazer o Brasil avançar" durante sua gestão; já o governo Lula, opina, "anestesiou" o Brasil. O ex-presidente diz que durante sua gestão havia muita discussão sobre como levar as reformas adiante e reduzir o custo Brasil. "Depois elas (as discussões) pararam", afirmou.

Quando a entrevista se encaminha para as eleições de 3 de outubro, relata o FT, o ex-presidente revela "frustração" em seu tom de voz.

"A oposição errou", diz. "Permitimos a mistificação de Lula. Mas Lula não é nenhum revolucionário. Ele saiu da classe trabalhadora e se comporta como se fosse parte da velha elite conservadora."

"Eu sugiro que nós já sabemos quem vai ganhar as eleições", escreve o repórter do jornal. "'Sim', admite FHC - Dilma Rousseff, a candidata do Partido Trabalhista de Lula."

Questionado sobre como crê que Lula será lembrado pela história, FHC responde: "Acho que será lembrado pelo crescimento e pela continuidade, e por colocar mais ênfase no gasto social".

'Herdeiro'

Em uma nota ilustrativa na mesma página, como parte da mesma reportagem, o criador da sigla Bric, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O'Neill, se questiona se Lula poderia ser "um descendente de Cardoso em uma fantasia engenhosa".

Ele argumenta que um dos méritos de Lula foi manter as políticas econômicas da era FHC, em especial as metas de inflação e o regime de flutuação do real.

"Lula quer ser visto como o líder mais bem sucedido do G20 na última década. Mas às vezes paro e me pergunto se ele não seria um descendente direto de Cardoso em uma fantasia engenhosa. Pois foi muito do que ele herdou de Cardoso que deu a Lula a plataforma de tal sucesso", escreve O'Neill.

Para o economista, a inteligência de Lula foi "manter muito do que herdou". "Outro fator de sucesso de Lula tem sido sua sintonia com as massas, o que lhe permitiu traduzir os benefícios da estabilidade para muitos", escreveu O'Neill.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"País do futuro": Brasil tem tanto potencial quanto problemas, diz CFA Magazine

SÃO PAULO – “O país do futuro”. Este é o título da edição de setembro/outubro da CFA Magazine, que aborda as qualidades e problemas do Brasil neste novo começo de século. Entre tantos aspectos analisados, a conclusão implícita é de que o País possui tanto potencial quanto riscos inerentes.

Maior produtor mundial de etanol, energia, minério de ferro, carne, açúcar, café e jatos regionais, elencar fatos impressionantes sobre o Brasil não é tarefa difícil. A CFA destaca, entre outros aspectos, o rápido crescimento da classe média, a estabilidade da democracia brasileira, a conquista do status de grau de investimento em 2008, as descobertas de petróleo no pré-sal e a maturidade do mercado de ações.

Pegando carona nas oportunidades

Para os que querem pegar carona no crescimento brasileiro, muitas são as oportunidades ressaltadas pela publicação. O setor de infraestrutura, sem dúvidas, é um deles. “A demanda por eletricidade cresce mais rápido que o PIB, assim como o tráfego de veículos. Os portos existentes estão superlotados, sem falar dos aeroportos”, diz uma das passagens.

Entretanto, uma ressalva é feita: não é claro até que ponto investidores podem se beneficiar diretamente das oportunidades derivadas dos projetos relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Segundo a CFA Magazine, Luis D’Amato, analista do Credit Suisse, diz que não são muitas as companhias listadas na bolsa que possuem participação em tais projetos, cujos benefícios devem mesmo ficar mais contidos ao mundo do private equity.

De qualquer forma, outros setores que se mostram bastante atraentes no País são o imobiliário, especialmente o voltado à população de menor renda, beneficiado pelo crescimento da classe média; o de educação, que cresce rapidamente; e o de serviços financeiros, especialmente pequenos bancos e empresas relacionadas ao setor de cartões.

Riscos I: commodities e gargalos de infraestrutura

No entanto, a publicação destaca especialmente os riscos e problemas que o Brasil enfrenta atualmente, muitas vezes precipitadamente descartados por investidores cegos pelo otimismo acerca do País. “Investir no Brasil, assim como em qualquer outro país, incorre uma série de riscos políticos, sociais, econômicos, entre outros”, diz um dos trechos.

Um aspecto que poderia ameaçar a estabilidade econômica brasileira vem do outro lado do mundo. “Uma desaceleração chinesa, maior parceiro comercial do Brasil, reduziria as exportações e afetaria os preços de commodities”, diz a publicação. De fato, a CMA Magazine vê como perigoso o perfil dependente às commodities da economia brasileira. “Por exemplo, a indústria de etanol sofreu este ano com o declínio dos preços dos combustíveis”, afirma.

Ainda assim, a publicação reconhece que a situação brasileira é consideravelmente melhor que a da Rússia, por exemplo, onde a exploração de gás e petróleo responde por metade de todo o PIB (Produto Interno Bruto), e que a do Chile, cuja economia por sua vez é praticamente controlada pelo cobre.

No que diz respeito aos gargalos de infraestrutura no Brasil, os crescentes gastos do governo, como os mais de US$ 500 bilhões previstos no PAC 2 (segunda fase do Programa de Aceleração ao Crescimento), são vistos como um progresso frente ao histórico do País de subinvestimentos. Ainda assim, é pouco. “A parcela do PIB brasileiro investido ainda está muito abaixo do que o Banco Mundial recomenda para países emergentes”, diz a revista.

Outro aspecto criticado pela publicação refere-se aos atrasos no cronograma de obras e reformas relacionadas à Copa de 2014, “que podem fazer com que os investidores pensem melhor antes de investir no Brasil, face às crescentes dúvidas que pairam sobre a capacidade do País de honrar suas promessas”.

Riscos II: a ineficaz máquina estatal

As maiores críticas da revista, no entanto, recaem sobre a ineficácia da máquina estatal brasileira, que acaba por se refletir de diversas formas. Uma delas é a constante interferência na gestão de companhias como Petrobras e Eletrobras; outra é o confuso ambiente regulatório no País. “Uma pessoa interessada em abrir um negócio no Brasil leva o triplo do tempo da média internacional de 35 dias”, destaca a revista.

O aspecto tributário também recebe suas críticas. “Brasileiros brincam dizendo que trabalham todo o primeiro trimestre do ano apenas para pagar seus impostos”, observa a CFA, que também vê negativamente problemas como a corrupção e o atraso das leis trabalhistas.

Conquistas

Em contrapartida, progressos vêm sendo conquistados no front político. Hoje, pode-se dizer que o Brasil desfruta de um sistema democrático estável, com eleições regulares e limpas. “Até mesmo o Judiciário, conhecido por sua morosidade, tem se mostrado um pouco mais ágil e eficiente”, diz a CFA.

Por fim, a publicação também aborda as eleições presidenciais. “A visão majoritária é de que, vença Dilma Rousseff ou José Serra, pouca diferença na condução do País será notada”, diz uns dos trechos.

Marcos Coimbra revê para baixo previsão de votos de Serra

presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, está revendo a previsão que fez em artigo publicado na revista CartaCapital (republicado aqui) de que José Serra teria 33% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais.

O cientista político diz que fez a previsão baseado em três premissas:

1. A presença relevante de Serra junto ao eleitorado paulista (40% dos votos do estado, que representam 10% do total);

2. O fato de que ele representa o voto antipetista (cerca de 10% do eleitorado brasileiro);

3. O voto de “respeito” de cerca de 10% do eleitorado nacional (governador de São Paulo, ministro da Saúde, etc.).

Somando tudo isso, Serra teria 30%, ou 33% dos votos válidos.

Porém, no terceiro quesito, os 10% não estão se confirmando, talvez pelo modo como a campanha foi conduzida.

Faltando 12 dias para a eleição, considerando os números disponíveis nas pesquisas, inclusive os do tracking diário do Vox Populi, divulgado pelo IG e pela TV Bandeirantes, Serra deve ficar mais próximo de 25%.

Coimbra vê um avanço de Marina Silva em várias regiões, prevendo que ela fique nos dois dígitos (algo em torno de 12%).

Considerando que os grandes movimentos eleitorais em um país como o Brasil envolvem a decisão de milhões de eleitores, Coimbra prevê uma decisão em primeiro turno. Ao contrário do que dizem outros analistas, ele afirma que a decisão de votar em Dilma Rousseff foi resultado de um processo relativamente longo de amadurecimento e de comparação que não fica sujeito a uma ou outra manchete de jornal, um ou outro episódio da campanha.

Para o Senado, os números do Vox indicam uma perda não só quantitativa da oposição, mas também qualitativa, já que nomes importantes ficarão de fora — Coimbra citou Cesar Maia, no Rio de Janeiro, mas eu acrescentaria Arthur Virgílio que corre risco no Amazonas e outros. De novidade, afirma Coimbra, o risco de José Agripino Maia não se reeleger no Rio Grande do Norte.

Nas eleições estaduais o quadro, de acordo com o presidente do Vox Populi, também é de preocupação para os candidatos do PSDB/DEM. A não ser por Antonio Anastasia, em Minas Gerais, nenhum candidato da oposição está em crescimento — quando muito conseguem manter a estabilidade. Como, neste caso — ao contrário da eleição presidencial, onde os números são estáveis — há candidatos a governador em queda e ascensão, poderemos ter surpresas em 3 de outubro.

Para ouvir a entrevista completa, clique abaixo. Ele começa falando do tracking Vox/IG/Band, que começou a ser publicado no início de setembro e que não sofreu alterações significativas desde então (Dilma começou com 51% e ontem tinha 53%; Serra começou com 25% e ontem tinha 23%):

Veja o trecho que o Jornal a Verdade publica acerca de Zé Serra e o PSDB

Porém, enquanto ataca os governos progressistas da América Latina, Serra nada diz sobre as sete bases militares que os EUA instalaram na Colômbia, a reativação da 4ª Frota Naval dos EUA ou sobre o vergonhoso golpe militar em Honduras, patrocinado pela CIA em junho do ano passado.

Ainda em sua campanha reacionária, Serra ataca o MST e as ocupações de terra, mas se cala sobre os 4,5 milhões de famílias sem terra existentes no país, resultado do avanço do capitalismo no campo, e sobre o fato de apenas 15 mil fazendeiros possuírem 98 milhões de hectares. Aliás, entre 1995 e 1996, no governo de FHC, 400 mil pequenos agricultores foram expulsos do campo e engrossaram o exército dos sem terra em nosso país.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FELIZ ANIVERSARIO PARA O NOSSO PREFEITO DR JACKSON QUEIROGA

A vida é um milhão de novos começos movidos pelo desafio sempre novo de viver e fazer todo sonho brilhar. Feliz Aniversário!"