sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lula promete compensação se houver queda do FPM

Publicação: 21 de Maio de 2010 às 00:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem, mensagem em que encaminha ao Congresso Nacional projeto de lei garantindo a cobertura de perdas em caso de queda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A versão 2010 do Apoio Financeiro aos Municípios protege as prefeituras de variações conjunturais, garantindo o pagamento de salário dos servidores e de serviços prestados. O FPM é formado por apenas dois tributos federais: o Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Quando a economia desacelera ou o governo adota medidas de desoneração desses impostos, a arrecadação de ambos pode cair e, portanto, diminui também o FPM. Foi assim em 2009, por conta da crise financeira internacional e da desoneração da indústria automobilística.

wilson dias / abrO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (e) discursa no encerramento da 13ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em BrasíliaO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (e) discursa no encerramento da 13ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em Brasília
A proposta foi anunciada pelo presidente Lula no encerramento da 13ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. O presidente também assinou mensagem enviando ao Congresso outro projeto de interesse das prefeituras: proposta que transforma o Comitê de Articulação Federativa (CAF) em órgão de assessoramento presidencial.

O CAF é um espaço de diálogo e pactuação entre o governo e os municípios criado por decreto em 2003. A mudança proposta dá mais força política ao comitê. A existência dele estará prevista em lei, não apenas em decreto. E o órgão fará parte da estrutura básica da Secretaria de Relações Institucionais. O CAF vai articular e estratégias entre as esferas federal e municipal de governo para implementar ações e aprimorar relações federativas. Será presidido pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais e terá mais 36 membros: 18 federais e 18 municipais.

“A medida foi anunciada, mas não conhecimentos o texto do projeto de lei. Se for para recuperar as perdas em relação ao ano passado, será um desastre”, disse o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Benes Leocádio. Ele lembrou que em 2009 o governo liberou R$ 2,3 bilhões para compensar as perdas de arrecadação em relação ao ano anterior.

Os prefeitos defendem pelo menos três medidas para salvar as finanças municipais. Uma é a regulamentação da Emenda 29, que obrigaria a União a repassar mais recursos para a Saúde; outra são garantias de que não haverá perdas do FPM e a terceira, uma redistribuição mais justa dos royalties do petróleo. “Não vamos tolerar que R$ 11 bilhões fiquem nas mãos da União e de apenas 29 Municípios e 5 Estados”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski. Para Benes, se não houver mudanças, 2010 será um desastre para as prefeituras. “Se a proposta do governo foi cobrir única e exclusivamente as perdas de 2009 enfrentaremos uma situação muito grave. O atraso de salários será inevitável”, alertou.

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